sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Dança do Ventre no Egito Hoje

1) Parece incrível, mas mesmo sabendo o quanto é admirada no restante do mundo, os egípcios mais ortodoxos, abominam a dança do ventre profissional em seu país. Se a bailarina não é famosa, provavelmente irá carregar um estigma pesado consigo, até chegar lá. As danças só acontecem, em pontos turísticos (grandes hotéis cinco estrelas e barcos que transitam pelo Nilo).

2) Toda mulher egípcia dança por natureza. Está no sangue. Tem uma graça peculiar e charmosa. Mas não se apresentam em público, fora de festas particulares. Os hábitos não permitem que uma mulher casada se apresente, mostrando o corpo para o grande público. Mesmo assim, não deixam de admirar grandes bailarinas e aplaudem com gosto uma bela apresentação. Somente os maridos podem ver suas esposas por baixo dos véus. Algumas só têm os olhos de fora. Você só vê panos por todos os lados. Aí você vai perguntar, "como existem mulheres que não usam o véu?". Ocorre que muitas mulheres no Egito já aboliram o véu e aderiram a prática das vestimentas européias. A grande maioria no entanto, mantém as tradições muçulmanas. No caso acima, trata-se da mulher de um dos músicos que tocaram na orquestra. Dançou e deu um show na platéia, enquanto outro show acontecia no palco. É claro que não recebia olhar de aprovação de muitas que estavam assistindo.

3) A bailarina do momento no Egito é "Dina". Faz grandes shows com orquestra de 25 músicos no palco. Possui movimentos precisos e de grande impacto. Tem um show preparado e bem marcado, com grandes músicas onde ela executa cada movimento, dentro de cada toque da orquestra. Não se pode negar que "é um show". Causa furor na platéia. Seus trajes são um escândalo, até para nós ocidentais. Segundo os egípcios, é a única que permitem que use trajes sumários ao dançar, pois eles a consideram uma deusa. Dentro deste conceito, ela usa e abusa de seus atributos, levando a platéia ao delírio com seus grandes encerramentos e giros finais.

4) Em sua grande maioria, os egípcios preferem bailarinas antigas. O estilo clássico é a preferência nacional. Souher Zaki é uma rainha, reverenciada em todo o país. Mesmo os grandes professores a respeitam como uma imortal.

5) Adoram Tahia Carioca (já falecida), já Fifi Abdo é uma figura polêmica, alguns adoram, outros odeiam. Todos os motoristas de táxi e vendedores das lojas falam delas. Acham que no caso de Dina, existe um apelo sexual muito forte. Muitos não gostam deste estilo moderno (até demais...). Mencionam que a religião não permite algo assim. Mas todo mundo lá, já foi assistir...

6) Repórteres de revistas e TVs do mundo todo estiveram no Cairo, entrevistando professoras, alunas e participantes sobre o Festival de Dança. Nosso pessoal, chegou a dar diversas entrevistas. Havia uma atenção muito grande por parte da mídia, quando dançavam bailarinas brasileiras. O grupo de quase 60 pessoas realmente ficou muito conhecido por sua beleza e exuberância. Por onde passava, causava espanto. Existia um encanto especial, que não passou despercebido pelos repórteres.

7) Existem barcos que cruzam o Nilo todas as noites. Neles há apresentações de bailarinas. Não são grandes apresentações, apenas um entretenimento enquanto o pessoal faz seu jantar no cruzeiro, que geralmente dura duas horas. Ocorre também, um show com um dervixe e um conjunto com um cantor e três ou quatro músicos. Nada excepcional, mesmo para os mais leigos. Vale mesmo o passeio e a brisa da noite vislumbrando o Cairo a noite... que é maravilhoso e inesquecível.

8) Não poderia deixar de mencionar sobre o padrão ou modelo de beleza do Egito. A mulher "mais cheinha" faz muito sucesso por lá. A maioria das bailarinas egípcias, e também as européias, não encontram-se no peso ideal, normalmente exigidos pelos padrões Latinos e Americanos.O conceito de beleza é outro, completamente diferente dos nossos. Outro fator interessante: as brasileiras são muito mais vaidosas e principalmente, cuidadosas com sua aparência. Se produzem mais, e são impecáveis visualmente.

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